Número foi apresentado pelo Insitituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se refere ao período de 2000 a 2010
As mulheres paraenses estão estudando e se qualificando mais, também estão trabalhando mais, mas continuam ganhando quase um terço do que ganham os homens, segundo as estatísticas de gênero apresentadas pelo Insitituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ontem. A proporção de mulheres com ensino superior ocupadas no Estado do Pará cresceu 196% entre 2000 e 2010. No mesmo período, a taxa de atividade das mulheres subiu em 12,5%. No entanto, a desigualdade de gênero ainda reflete nos salários das paraenses. O rendimento médio das mulheres, em 2010 e em 2000, era a mesma coisa: 70% do salário dos homens, não importa o emprego.
O crescimento da quantidade de mulheres ocupadas e diplomadas, de 2000 a 2010, fez com que elas ultrapassassem o número de homens empregados e com nível superior. Há quatorze anos, 35.689 paraenses com 25 anos ou mais de idade estavam empregadas e eram diplomadas. Em 2010, esse número subiu para 106.222, superando o total de homens na mesma condição (82.941). Entre eles, o aumento do grupo com esse perfil cresceu 131% no período avaliado.
As paraenses (25 anos ou mais) com trabalho e com um diploma de nível superior eram, no ano 2000, 5,6% do total de mulheres empregadas (638.317). No Censo 2010, os pesquisadores calcularam 12,4% de trabalhadoras diplomadas, dentro da população total deste grupo naquele ano (855.826), aumento proporcional de 121%. Em relação aos homens a evolução observada foi de 122%, variando de 2,7% da população ocupada para 6% (82.941) do total de homens com 25 anos ou mais trabalhando, em 2010 – 1.373.000 de pessoas.
Não só nesse contexto as paraenses têm se equiparado ou superado a média de desempenho dos homens em relação à educação ou ao mercado de trabalho. De acordo com os números apresentados, a taxa de atividade das mulheres subiu em 12,5%, entre 2000 e 2010, chegando a 48,3% do grupo total de mulheres do Estado com 16 anos ou mais de idade. Ao mesmo tempo, a taxa de atividade dos homens recuou 7,6%, chegando a 73,2% do total de pessoas do sexo masculino na mesma faixa etária. No Pará, o percentual da taxa foi reduzido de 61,3% para 60,8% dessa população. A taxa de atividade é calculada através da relação entre o número de pessoas economicamente ativas e o número de pessoas em idade ativa, ambos com 16 anos ou mais de idade.
INSTRUÇÃO
O número de mulheres (25 anos ou mais de idade) com ensino superior saltou de 43.868, em 2000, para 134.580, em 2010. No que diz respeito aos homens do Estado, o avanço foi mais tímido e menor nessa avaliação, variando entre 39.786, em 2000, e 94.394 no Censo 2010. Isso porque a mulher paraense estuda mais do que o homem, segundo o IBGE. O percentual de mulheres paraenses sem instrução caiu 21,9% no período de avaliação da pesquisa. Entre eles a redução foi menor (16,9%), de acordo com o levantamento. O total de analfabetas foi reduzido em 7% ao longo da década e o de analfabetos cresceu 1,3%.
Em todos os níveis escolares, as mulheres do Pará foram mais representativas do que os homens. Enquanto 15,1% das paraenses com 25 anos ou mais possuía, em 2010, ensino fundamental completo, 14,6% dos homens possuíam essa formação. A mesma situação podia ser observada entre as pessoas com ensino médio completo. O IBGE constatou que 24,9% das mulheres estavam com o segundo grau completo e 19,7% dos homens tinham concluído o ensino médio. Elas também contavam mais pessoas com graduação (7,3%) do que os paraenses (5,1%).
As taxas de abandono escolar precoce eram muito maiores entre os homens (5,81% – 2000 / 47,2% – 2010) do que entre as mulheres, grupo em que esse percentual caiu de 52,2% para 40,1%. Segundo o IBGE, o nível educacional das mulheres é superior ao dos homens na faixa etária de 25 anos ou mais, e a maior diferença percentual por sexo está justamente no nível superior completo – com 12,5% das mulheres graduadas contra 9,9% dos homens, em todo o País.
FAMÍLIA
Além disso, no Pará, o percentual de mulheres casadas, com filhos e sendo chefes de família saltou de 6,9% para 24,3% no período avaliado pela pesquisa do IBGE. Já as mulheres sem filhos, mas com marido e responsabilidade pela família, aumentaram sua representatividade de 8,4% para 26,1%. De toda forma, as paraenses inseridas no mercado de trabalho têm optado menos pela maternidade. O número de mulheres ocupadas sem filhos cresceu de 164 mil para 264,4 mil, de 2000 a 2010. Porém, considerando a população feminina total, o número de cidadãs com 15 anos ou mais e pelo menos um filho cresceu em mais de 500 mil pessoas, chegando a 1,8 milhão de mulheres.
Entretanto, mesmo com todo o esforço delas, muita coisa ainda permanece como era antigamente. As mulheres paraenses, por exemplo ainda estão em desvantagem no que diz respeito à carteira de trabalho (23,1% das mulheres e 27,6% dos homens) e ao trabalho formal (37% a 36% para os homens). E continuam atuando, profissionalmente, mais nos serviços de empregado doméstico, no qual 15,6% delas trabalhavam, em 2010. Entre eles esse percentual era de 1% no mesmo ano.
Por: O Liberal
Publicado por Folha do Progresso do Para.
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