Tucanos e petistas na luta contra os escândalos de corrupção
Colagem: Agência Brasil / João Batista Cirilo
Mal se dispersam os falatórios de um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, o mensalão, envolvendo diversos personagens petistas e com rombo de aproximadamente R$55 milhões, surge no contexto político nacional mais um esquema de corrupção, dessa vez envolvendo os principais rivais, os tucanos.
As denúncias do novo esquema conhecido como caso Siemens foram fomentadas por Everton Rheinheimer, ex-diretor da área
de transporte ferroviários da Siemens. Esse é o primeiro caso que vem a
público envolvendo pagamento de propina aos líderes tucanos, executado
por suposta formação de cartel em licitações para compra e manutenção de
trens em São Paulo.
De
acordo com informações do jornal O Estado de S. Paulo de 21 de
novembro, Rheinheimer teria afirmado, em relatório entregue ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (Cade) dispor de "documentos que
provam a existência de um forte esquema de corrupção no Estado de São
Paulo durante os governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, e
que tinha como objetivo principal o abastecimento do caixa 2 do PSDB e
do DEM".
Entre
os apontados como recebedores de propinas das multinacionais suspeitas
de participar do cartel, estão o atual secretário da Casa Civil do
governo Geraldo Alckmin, deputado licenciado Edson Aparecido (PSDB) e o
senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), cotado como vice na possível
chapa do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência.
O
confusão gira em torno de uma carta tida como anônima e em inglês,
supostamente escrita por Everton Rheinheimer, endereçada à direção da
Siemens na Alemanha, denunciando práticas ilegais da própria Siemens no
Brasil. No inquérito policial a carta é acompanhada de sua tradução em
português, porém em vários trechos, a tradução para o português não bate
com o texto original em inglês, termos como "funcionários do governo"
são postos em português como "políticos do PSDB".
Os
tucanos responderam com veemência às acusações de corrupção em seus
governos. Integrantes do partido acusam o deputado petista licenciado
Simão Pedro como responsável pela tradução distorcida. Simão Pedro
afirmou ter repassado o dossiê ao Ministro da Justiça José Eduardo
Cardoso, mas negou que tenha feito à tradução.
O
senador Aécio Neves chegou a pedir a demissão de Cardoso, por ele
passar a Polícia Federal e não a Procuradoria Geral da República o
dossiê de suposta formação de cartel. "Na nossa avaliação, da forma
preciptada com que agiu o ministro da Justiça e a sua omissão em
determinados momentos desse episódio tiram dele, na nossa avaliação, as
condições de conduzir essas investigações", declarou Aécio.
Cardoso
rebateu as críticas dos tucanos dizendo que "não importa quem seja, o
ministro da Justiça tem o dever de solicitar a investigação, a análise
da procedência para que a polícia delibere o que fazer com o material. O
ministro da Justiça que não o fizer, a meu ver, prevarica". O ministro
acusou ainda os tucanos de usarem a situação com fins políticos,
mediante o aproximar de um pleito eleitoral.
Escândalos
de corrupção parecem marcar o início das disputas presidenciáveis entre
os principais caciques da política nacional. O grande desafio de
petistas e tucanos é abafar a repercussão de tais facetas, culpando um
ao outro, numa tentativa sem êxito de se esquivar das responsabilidades.
http://portuguese.ruvr.ru/2013_11_28/tucanos-e-petistas-na-luta-contra-os-escandalos-de-corrupcao-7374/
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