Miranda estava em Brasília, no apartamento funcional da mulher, a
deputada Dulce Miranda (MDB). Ela não é investigada. Brito, que tem
85 anos, foi preso em Palmas, onde a PF também cumpre um
mandado de busca e apreensão na casa do ex-governador.
Brito Miranda Júnior estava em Santana do Araguaia (PA).
As medidas foram autorizadas pela 4ª Vara Federal de Palmas.
A defesa da família informou que "a princípio não há fatos que
justifiquem o pedido de prisão", mas vai se posicionar somente após
ter acesso à decisão.
Esta é a segunda ação da PF nesta semana para investigar Marcelo
Miranda. Na quarta-feira (25), durante a
operação Carotenóides,
a polícia prendeu um casal suspeito de ser laranja do ex-governador
para o registro de veículos e imóveis
O objetivo da operação desta quinta é desarticular uma organização criminosa suspeita de prática constante de atos de corrupção, peculato,
fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, recebimento de
vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de capitais.
"Um núcleo familiar, composto por três
pessoas influentes no meio político do
Tocantins, sempre esteve no centro das investigações, com poderes suficientes para aparelhar o estado, mediante a ocupação de
cargos comissionados estratégicos para a
atuação da organização criminosa",
diz nota da PF.
De acordo com a Polícia Federal, mesmo depois das investigações
tornarem-se públicas, o grupo continuou fazendo operações simuladas envolvendo o comércio de gado de corte e empresas de
fachada, construção e venda de imóveis.
Investigadores identificaram que os atos ilícitos estão agrupados ao
redor de sete grandes eixos econômicos, que envolvem administração
de fazendas e de atividades agropecuárias, compra de aeronaves,
gestão de empresas de engenharia e construção civil, entre outros.
Ao todo, são cumpridos nesta quinta 11 mandados de busca e
apreensão e três mandados de prisão preventiva.
A operação ocorre nas cidades tocantinenses de Palmas, Tocantínia,
Tupirama e Araguaína, além de Goiânia, Santana do Araguaia (PA),
Sapucaia (PA) e São Felix do Xingu (PA).
Os mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em
endereços de Marcelo e seu pai, Brito Miranda, em seis fazendas e
uma empresa no Tocantins. Os alvos também tiveram os sigilos
bancários afastados.
O nome da operação desta quita, 12º Trabalho, faz referência ao 12º
trabalho de Hércules, seu último e mais complexo desafio, que
consistia em capturar Cérbero.
Cassações e outras operações
Marcelo Miranda foi eleito
governador do Tocantins três vezes, sendo cassado duas vezes. Ele governou o estado entre 2003 e 2009 e entre
2015 e 2018. A última cassação foi por causa de um avião apreendido
Ele também foi eleito senador da República, mas não pôde assumir
porque foi considerado inelegível.
Marcelo Miranda já foi alvo de diversas investigações das Polícias
Federal:
- Reis do Gado (2016): investigou um esquema de lavagem de
- dinheiro e fraudes em licitações públicas. Miranda chegou a ser
- conduzido coercitivamente para prestar depoimento no caso.
- Parentes dele foram indiciados, inclusive o pai, Brito Miranda.
- Marcapasso (2017): apurou fraudes em licitações, cobrança por
- cirurgias na rede pública e até a realização de procedimentos
- desnecessários em pacientes para desviar recursos. O ex-secretário
- estadual da saúde Henrique Barsanulfo Furtado foi um dos indiciados.
- Convergência (2017): Miranda foi indiciado em ação sobre fraude em contratos para construção de rodovias.
- Pontes de Papel (2018): investigou desvios destinados à execução
- de construção de pontes e rodovias no estado.
- Lava Jato: um delator da Odebrecht disse que Miranda recebeu
- R$ 1 milhão para campanha em 2014.
Em 2019, o ex-governador também foi indiciado pela Polícia Civil em um
inquérito que apura a existência de servidores fantasmas no
governo do Tocantins.
Fonte:TV Globo e G1 TO
26/09/2019